|
08/10/07
Novelas de Ontem e Hoje
Agora que o Brasil todo já
sabe quem matou a Thaís, podemos continuar nossas
vidas. Mas esse não foi o primeiro assassinato que
mobilizou o país no mundo das novelas. Foi, sim,
um dos menos interessantes. Quem conheceu Odete Roitman,
a vilã de “Vale Tudo”, sabe do que falo.
A novela que terminou na sexta,
28 de setembro, pareceu sem sal desde o início. Acompanhei
poucos capítulos, aqui e ali, por obra do acaso.
Parei de assistir novelas no colegial, quando comecei a
me ocupar mais com assuntos acadêmicos e outras coisas
mais. Desde então, basta passar em frente a uma banca
de revistas e ficar atualizado. Foi assim que eu descobri
que a trama de “Paraíso Tropical” estava
muito masculinizada e os autores decidiram dar maior enfoque
às mulheres da história. O enfoque à
luta dos homens pelo poder diminuiu para dar lugar aos dramas
pessoais de personagens como a de Glória Pires e
a de Isabela Garcia. Parece ter funcionado, já que
a audiência cresceu um pouco. E sempre ajuda matar
uma personagem odiada, aquela que o elenco inteiro pode
ter se encarregado de dar cabo.
Como já tem um tempinho
que parei de mudar para a Globo na parte da noite, sempre
que começa uma conversa sobre novelas, me pego falando
de velharias que poucos conhecem. Parece que ninguém
se lembra de “Vamp”, aquela bobagem divertida
sobre vampiros em terras tupiniquins, ou “O Salvador
da Pátria”, aquela do Sassá Mutema. Como
eu não sou um idoso (ainda), as novelas que segui
eram do fim da década de 80 e início da seguinte.
Coincidentemente, todas que me vêem à cabeça
foram exibidas entre 89 e 90, como as já citadas
e “Rainha da Sucata”, “Top Model” e
“Mico Preto”.
Não sei se mudei eu
ou se foram as novelas, mas as coisas costumavam ser melhores.
A morte de Odete Roitman fez muito barulho, houve várias
lojas fazendo campanhas vinculadas ao mistério e
o assunto era manchete. O final de “Top Model”
também foi bem marcante, com Cecil Thiré (Alex)
e Chiquinho Brandão (Grilo) duelando. A novela voltaria
a ser exibida apenas sete meses após seu fim, em
Vale a Pena a Ver de Novo. Hoje, as novelas dessa sessão
parecem ser bem sem graça. Novamente, não
sei se sou eu ou se são elas. Mas quem viu “Que
Rei Sou Eu?” não se contenta com qualquer coisa.
Leia também:
24/09/07
-
Espiões
para todos os gostos
10/09/07
-
Discutindo
a arte
20/08/07
-
A
lista da discórdia
06/08/07
-
Valorizando o PIB
 _________________________________________________
Marcelo Seabra é jornalista
e pós-graduando em História da Cultura e da
Arte. Tem como objetivo tentar sempre manter alta sua média
de filmes assistidos, músicas escutadas e livros
lidos. Para falar com ele escreva para:
mseabra@gmail.com
|
