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05/11/07
Leia e Assista Stephen King
Muita gente no Brasil deve
ter começado a desenvolver o hábito de ler
a partir do Paulo Coelho, como o colega Leonardo afirmou.
Poucos devem começar já por um Jorge Amado
ou um Guimarães Rosa. Comigo, esta função
ficou com alguns clássicos da língua inglesa,
como Charles Dickens e Mark Twain, já que peguei
“As Aventuras de Tom Sawyer” por acidente na biblioteca
do colégio. Mas, logo, cheguei a um escritor para
o qual muitos torcem o nariz e que continua sendo um dos
meus favoritos: Stephen King. Ele mesmo já se referiu
a seus livros como “o Big Mac da literatura”,
humilde como só ele.
Se bem me lembro, o primeiro
de seus livros que li foi “Angústia”. Por
um longo período, no recreio da sexta série,
eu me sentava em um canto e acompanhava o drama de Paul
Sheldon, escritor mantido refém pela sua fã
número um. Daí, foi fácil pular para
“O Cemitério”, “O Iluminado”,
“Sombras na Noite”, “As Quatro Estações”,
entre outros.
Em uma roda de amigos, se
menciono o nome, muitos perguntam quem é. Mas, apelando
para as adaptações cinematográficas
da obra do escritor, todos conhecem uma ou outra. Ontem,
mesmo, dormi assistindo pela milésima vez “O
Cemitério Maldito” (1989), clássico da
minha infância. E quem nunca viu “Um Sonho de
Liberdade” (1994) ou “À Espera de Um Milagre”
(1999)? Mesmo conhecido como Mestre do Terror, algumas das
melhores histórias de King têm poucos ou nenhum
aspecto sobrenatural, como é o caso das histórias
que deram origem a “Conta Comigo” (1986) e a “O
Aprendiz” (1998). Ou mesmo “Angústia”,
do qual foi feito “Louca Obsessão” (1990).
Mas, no campo do fantástico, também temos
grandes exemplos, como “O Iluminado” (1980), “Carrie”
(1976) e “A Hora da Zona Morta” (1983).
Há vários projetos
para o cinema e televisão já acertados que
se baseam nas histórias de King, como “Buick
8” e a série “O Talismã”. E
as estréias são constantes. Na última
sexta, por exemplo, chegou ao Brasil “1408” (2007),
adaptação de um conto do livro “Tudo
É Eventual”. Em meio a bombas como “Montado
na Bala” (2004), é reconfortante ver que o elenco
deste novo suspense conta com John Cusack e Samuel L. Jackson,
além de ter o competente sueco Mikael Hafstrom (“Fora
de Rumo”, de 2005) na direção. A história
é simples: um escritor que expõe locais ditos
assombrados como as grandes farsas que são acaba
encontrando um quarto de hotel que parece mesmo ter seus
mistérios. Não chega a ser uma obra prima,
mas cria bem um clima de suspense sem precisar do sangue
que, hoje, é tão comum no cinema.
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Marcelo Seabra é jornalista
e pós-graduando em História da Cultura e da
Arte. Tem como objetivo tentar sempre manter alta sua média
de filmes assistidos, músicas escutadas e livros
lidos. Para falar com ele escreva para:
mseabra@gmail.com
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