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Foi apresentado em São Paulo, o primeiro ônibus com emissão quase nula de poluentes. O projeto faz parte do Projeto BEST, idealizado pela USP, com apoio de oito parceiros e incentivado pela União Européia.
 

29/10/07
Solução inteligente



Foi apresentado em São Paulo, o primeiro ônibus com emissão quase nula de poluentes. O projeto faz parte do Projeto BEST, idealizado pela USP, com apoio de oito parceiros e incentivado pela União Européia



Finalmente uma solução foi apresentada para resolver o grave problema ambiental sofrido pelas maiores cidades do mundo. O ônibus movido a Etanol, pode reduzir a emissão de gazes poluentes na atmosfera. A troca da frota movida á diesel, pelo álcool combustível, vai contribuir para diminuir a poluição. para provar isso, um veículo já está em testes na capital paulista.
A Universidade de São Paulo (USP), por meio do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa) do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), apresentou o ônibus movido a etanol (álcool hidratado combustível), na última semana. O veículo vai circular durante um ano em São Paulo, a partir de dezembro, como teste para demonstração de viabilidade, no corredor Jabaquara - São Matheus, com parada em nove terminais e atendimento a quatro municípios: São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo e Santo André.

A ação é uma iniciativa do Cenbio e mais oito parceiros, por meio do Conpet (Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural) e da Petrobras Distribuidora -, Scania e Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), com incentivo da União Européia. O investimento no Projeto BEST é da ordem de R$ 1,6 milhão.

O veículo, um ônibus com motor e chassi Scania e carroceria Marcopolo, será incorporado à frota da operadora Metra (Sistema Metropolitano de Transporte), indicada pela EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), e por mais uma operadora escolhida pela SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia o transporte de ônibus da cidade. No período de teste, o ônibus será comparado a um outro do mesmo modelo a diesel.

O ônibus a etanol é o principal foco do Projeto BEST (BioEthanol for Sustainable Transport ou Bioetanol para o Transporte Sustentável), programa internacional coordenado no Brasil pelo Cenbio. A missão do projeto é sensibilizar o mundo sobre a importância do uso do etanol no transporte público, que reduz em até 90% a emissão de material particulado lançado na atmosfera.


O Brasil é primeiro país das Américas a ter ônibus movido a etanol em circulação pelo BEST. Outras oito cidades da Europa e Ásia participam do programa: Estocolmo, Madri e País Basco (Espanha), Roterdam (Holanda), La Spezia (Itália), Somerset (Inglaterra), Nanyang (China) e Dublin.

O professor doutor da USP José Roberto Moreira, presidente do Conselho Gerenciador do Cenbio e principal articulador do BEST, afirma que o momento é muito favorável para o programa no Brasil. "É uma alternativa para diminuir a poluição das regiões metropolitanas, onde a tecnologia será demonstrada", comenta.

Os parceiros informam que a tecnologia está disponível e tecnicamente aperfeiçoada o que é amplamente demonstrado na Suécia, além de existirem antecedentes da iniciativa no Brasil. "Houve uma experiência há oito anos em São Paulo, em que os resultados foram excelentes do ponto de vista ambiental, porém modestos do ponto de vista econômico, devido a diferença de preço entre o óleo diesel e o etanol, o que esperamos superar com a nova geração do motor e também do aditivo. Hoje, o óleo diesel custa quase o dobro do etanol e existe a tendência de contínua elevação do preço do petróleo", diz o professor Moreira.

Motor dentro da lei

O motor proposto pela Scania é avançado até para os padrões europeus no quesito poluentes. O motor a ser utilizado em 2008 tem injeção eletrônica, atende rígidas especificações, como a EURO 5 e EEV (Veículos Excepcionalmente Compatíveis com o Meio Ambiente), normas que serão obrigatórias na União Européia só a partir de 2009.
"O motor que será comercializado em 2008 é mais avançado do que o fornecido para os testes, que se iniciam em 2007, pois já atende normas européias em vigor atualmente, mesmo sendo uma versão anterior", diz o pesquisador. O ônibus em demonstração e que circula até o final do ano é equipado com motor de injeção mecânica que atende às especificações EURO 4 - versão que cumpre e supera as exigências do CONAMA P5, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, no que diz respeito às emissões de poluentes locais - particulados, óxido de nitrogênio (NOX) e monóxido de carbono (CO).

Com esses patamares de rigor, estima-se que o veículo reduza em mais de 80% as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global, em 90% de material particulado e em 62% de NOx (óxidos de nitrogênio) e não emita enxofre, responsável pela chuva ácida.

Poucas adaptações
A adaptação do motor diesel para o etanol não requer mudanças significativas, segundo a Scania. Entre as mudanças estão o aumento na taxa de compressão 28:1 (nos motores diesel convencionais é de 18:1), alterações na bomba injetora e uso de injetores com maior capacidade volumétrica.


Economia
Mais do que estimular o uso do etanol no transporte público, a iniciativa avança na discussão sobre o modelo econômico de desenvolvimento que o Brasil busca atualmente.
Segundo maior produtor de etanol, atrás apenas dos EUA que extrai o produto do milho, o Brasil tem hoje uma safra de 17,8 bilhões toneladas de etanol e deve chegar a 2012 com 37,5 bilhões, segundo a Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
De acordo com a Unica, para cada 300 milhões de toneladas de cana-de-açúcar produzidas no Brasil, criam-se aproximadamente 700 mil postos de trabalho. O estímulo à produção, aumento do consumo e à exportação de etanol podem ajudar na criação de mais empregos no campo e na redução da necessidade que o Brasil tem do petróleo.

Desafio
O modelo de transporte coletivo movido a etanol precisa, no entanto, receber incentivos do Poder Público, uma vez que é uma alternativa sustentável.
Estudos indicam que o ônibus consome aproximadamente 60% a mais de etanol do que de diesel para percorrer a mesma distância. Mesmo o etanol sendo 50% mais barato que o diesel, as despesas precisam de análise, pois há a necessidade de acrescentar o custo do aditivo. Por enquanto, a empresa sueca Sekab é a única empresa a produzir aditivo para motor a base de etanol. Além disso, o etanol precisa ser aditivado para ser utilizado em motores diesel, pois o combustível não tem propriedade de auto-ignição por compressão, que é a tecnologia do motor diesel. Isto é necessário para que a combustão ocorra mais rapidamente e com maior eficiência energética. O aditivo que proporciona a auto-ignição do etanol também foi aperfeiçoado e hoje chega à terceira geração. Ainda como desafio ao uso do etanol no transporte público, resta a produção do veículo e aditivo no Brasil.
Estamos com a 'faca e o queijo na mão', agora esperamos que o governo apóie esta idéia, que pode ser a solução para os problemas de poluição nos grandes centros. O meio-ambiente agradece!



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Marcello Oliveira é jornalista. Fale com ele: marothavio@yahoo.com.br






 
 

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