
11/10/07
Perua de Classe
Com a chegada do Mégane Grand Tour, ganhamos
mais uma opção do quase extinto segmento das
peruas. A Renault encara sem medo sua concorrente Toyota
Fielder
Há duas semanas, nossa coluna vem mostrando a disputa
eletrizante dos ralis de velocidade. Agora deixamos o esporte
um pouco de lado para falar de um segmento que volta a chamar
a atenção no mercado automotivo nacional.
Quem não se lembra da boa e velha Volkswagen Quantum,
que nos deixou no final de 2001? Pois é, o segmento
das grandes peruas entrou em crise com a chegada dos monovolumes,
o Renault Scénic foi o primeiro que chegou, anunciando
a extinção das comportadas peruas.
Seguindo a tendência do mercado, a Station Wagon foi
substituída modelos similares, porém menores,
como o Fiat Palio Weekend, a Parati se modernizou para entrar
na briga das peruas compactas. Mas agora, quem não
gosta de monovolumes e tem saudades das antigas peruas,
pode se deliciar com as novidades do mercado que vem tirando
o sono das minivans.Estamos falando da nova geração
de carros familiares desenhados na forma tradicional. Hoje,
temos duas boas opções no mercado: A Toyota
Corolla Fielder e o Renault Mégane Grand Tour. Ambas
querem atingir a família classe-média brasileira.
Pensando no mercado em crescimento, O Binóculo avaliou
a perua Mégane, a mais nova delas aqui no Brasil.
Assim como a Toyota, a Renault pensou muito no conforto
e segurança de todos, tudo para que elas não
ficassem devendo nada em relação aos monovolumes.
Andamos com o veículo na estrada e no trânsito
urbano. As nossa impressões você vê aqui.
Estilo A Grand Tour chama a atenção
por onde passa, e desperta o desejo de ter uma pelo fato
de ser moderna e bem atraente, sem perder a identidade da
marca francesa e mantendo as linhas do sedã. Ponto
positivo para as rodas aro 16, que deixam o carro com um
ar mais esportivo.
Conforto Posso dizer que esse é
o ponto forte do Mégane. A direção
super macia proporciona muito conforto ao fazer manobras,
porém deixa o motorista mal acostumado, percebi isso
ao dirigir outros carros que não são equipados
com a direção eletro-hidráulica. Mesmo
ficando rígida em altas velocidades, a direção
continua muito leve na estrada, onde temos que ter atenção
dobrada para não virar mais do que o necessário.
O espaço é suficiente para uma família
de cinco pessoas e bagagens para todos. O porta-malas pode
carregar mais de 500 litros sem a necessidade de rebater
os bancos. O banco não é revestido em couro,
mas a boa qualidade do veludo dá um toque aconchegante
ao interior do carro. Além do ar-condicionado, a
regulagem de altura e profundidade da coluna de direção
é algo muito importante para o bem estar no nosso
trânsito de cada dia.
Motor O modelo avaliado é equipado
com motor 1.6 16 válvulas. Muito bom em baixas rotações,
principalmente abastecido com álcool, onde temos
115 cavalos de potência. Com gasolina, a perua sente
o peso com a perda de cinco cavalos. O motor 1.6, é
o mesmo usado no Clio. Na Grand Tour, esse motor fica no
limite. A versão 2.0, que pode vir com câmbio
manual de seis marchas ou automático sequencial,
não foi testado por nós, mas certamente tem
mais fôlego.
Ao volante É um carro muito agradável
de andar, aliás, um carro família não
pode agradar apenas o motorista. Todos os comandos estão
ao alcance das mãos, e o painel é de fácil
visualização. O computador de bordo facilita
ao informar alguns dados importantes como consumo, autonomia
e outras informações. A tecnologia a bordo
é muito boa, um exemplo é o limitador de velocidade,
bom para os apressadinhos que esquecem dos radares espalhados
pela cidade. O interior é moderno e abusa das formas
circulares. Com tantos aparatos tecnolóigicos, o
aparelho de som peca por não reproduzir MP-3, mas
o cd changer para seis discos é uma boa, porém
é um opcional.
Consumo Não é dos melhores,
mas condiz com a proposta de uma perua. No teste, andou
10 km com um litro de gasolina em trajeto misto estrada/cidade.
Já com álcool, rodou apenas 6,3 km com um
litro do combustível em um trajeto urbano.
Segurança Como se trata de um carro para
toda a família, a segurança tem que estar
presente em todas as partes. Para começar, air bag
duplo e freios a disco com sistema ABS (que impede o travamento
das rodas em frenagens bruscas e mantém o controle
do veículo). Apoio de cabeça para todos os
ocupantes e cinto de segurança de três pontos
inclusive para o passageiro que vai no meio do banco de
trás, completam a lista. Outro ponto forte é
a boa estabilidade que a Mégane Grand Tour tem nas
curvas. Como toda SW, a Renault também sai de traseira
nas curvas, porém o sistema de tração
corrige a falha e coloca o carro imediatamente na linha
certa.
Concorrentes Além de dar dor de
cabeça aos monovolumes, a Grand Tour concorre diretamente
com a Toyota Fielder e com a Peugeot 307 SW, que vem com
o diferencial de oferecer linhas mais ousadas e um diferente
teto panorâmico de vidro. Tudo para seduzir o consumidos
que tem três modleos para escolher na mesma faixa
de preço.
Quanto custa? A Renault Mégane Grand
Tour, é vendida apenas na versão Dynamique,
com motores 1.6 16v e 2.0 16v. É oferecida com três
opções de câmbio. O preço começa
em R$ 65.500, e pode chegar aos R$ 71.000.
Para quem está interessado em comprar um carro seguro
e confortável para a família, não pode
deixar de conhecer de perto a Mégane Grand Tour,
mas não se esqueça de olhar os concorrentes.
Com a concorrência cada vez mais acirrada, o consumidor
tem mais opções e sempre acaba ganhando.
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Marcello Oliveira é
jornalista. Fale com ele: marothavio@yahoo.com.br
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