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02/03/08
Do México
ao Brasil, de carro
Jornalista
percorre mais de 40 mil Km em busca de aventura, porém
as 'belas' rodovias brasileiras' davam uma dose extra de
emoção
Um jornalista aventureiro e cheio de idéias para
testar os limites de um carro, como se fosse um super teste
de longa duração. É mais ou menos isso
o projeto 'Sentra3Américas'.
Durante cinco meses o jornalista brasileiro Paulo Rollo
praticamente morou dentro de um Nissan Sentra para ir do
México ao Brasil, onde chegou neste mês.
Paulo Rollo é um dos mais experientes pilotos de
longa duração no Brasil, já percorreu
mais de 70 países sempre a bordo de um automóvel.
Na volta da viagem por 16 países, o jornalista respondeu
algumas perguntas sobre o projeto, onde rodou por mais de
40 mil quilômetros pelas Américas. Confira
abaixo mais detalhes:
1) Como surgiu a idéia do projeto Sentra3Américas?
Paulo Rollo (PR) – Para os brasileiros a marca Nissan,
tradicionalmente, remetia a veículos 4x4. Meu intuito
era o de conhecer a fundo o Sentra. Lancei então
um grande desafio, de rodar 40 mil km com uma unidade do
México até o Brasil, o que foi aceito pela
Nissan.
2) Qual foi a maior dificuldade encontrada durante a
viagem? E a maior alegria?
(PR) – Com a falta ainda hoje de uma rodovia que ligue
a América do Sul à Central, o Sentra teve
que, literalmente, voar do Panamá para a Colômbia.
O transporte foi feito em um cargueiro MD 11 da DHL. Já
a maior alegria foi certamente chegar ao Brasil e rever
amigos após cinco meses viajando.
3) O que você recomendaria aos viajantes que planejam
uma viagem de longa distância como esta pela América
Latina?
(PR) – Primeiramente, revisar minuciosamente o veículo.
Pneus novos são uma boa pedida já que o único
meio de contato entre o carro e o solo ocorre através
deles. Ao preparar as malas lembre-se que, quanto menos
coisas levar, menos dependerá delas. Na dúvida
sobre levar ou não algo, não leve. Procure
viajar somente de dia. É mais seguro e as paisagens
ficam visíveis. Respeite sempre as leis de trânsito
em todos os países e viaje sem estabelecer horários.
Se for revezar o volante, o ideal é fazê-lo
a cada duas horas. Tenha sempre água a bordo. Em
um dia ao volante chego a consumir três litros. Prefira
sempre a mineral e evite aceitar gelo. Nunca se sabe com
que água foi feito e se houve asseio no manuseio.
4) A má conservação das estradas
brasileiras e o preço do combustível foram
fatores criticados por você. Isso se repetiu nos outros
16 países visitados?
(PR) – Em algumas nações encontramos
estradas com problemas de manutenção. Mas
nada com a gravidade do que ocorre aqui. Ao viajarmos de
Curitiba para São Paulo, por exemplo, fiquei petrificado
com o descaso na conservação da BR 116. O
Brasil, apesar de produtor, tem o combustível mais
caro da viagem.
5) Como foi o comportamento do carro durante a viagem?
(PR) – Conheci o Sentra durante o seu lançamento
à imprensa especializada no Guarujá, SP. Fiquei
com uma boa impressão geral do carro. No entanto,
durante a viagem, a cada nova situação superada,
fui me surpreendendo mais e mais com seu desempenho. O fato
de ele ter chegado ao Brasil com mais de 40 mil km e sem
nenhum problema me impressionou.
6) Como foi o desempenho do Nissan Sentra no quesito consumo
de combustível?
(PR) – Excelente. Nunca vi um 2.0 tão econômico.
Este detalhe traz ao proprietário dois pontos muito
positivos: menos gasto com combustível - detalhe
excelente em um país com gasolina cara como o nosso
- e, não menos importante, menor emissão no
meio ambiente.
7) Qual era a rotina em cada país? Havia um roteiro
de hotéis e pontos a visitar?
(PR) – Sempre viajo de forma aleatória, que
é seguramente a mais prazerosa. Em algumas capitais
tivemos parcerias com elegantes hotéis e em todas
ocorreram coletivas de imprensa nas quais divulgávamos
o projeto.
8) Vocês precisaram dormir no carro em algum momento?
(PR) – Nunca. A tática usada era de, ao passarmos
das cinco da tarde, ficar atentos e parar ao avistar um
hotel. Às vezes demorava meia ou uma hora. Nunca
mais que duas. No entanto, a Jeanne tirou muitas sonecas
no carro enquanto viajávamos.
9) Você já visitou a América do Sul
diversas vezes. Dos países visitados, quais o surpreenderam
positivamente? E negativamente?
(PR) – O México, por exemplo. É um país
espetacular por sua cultura, culinária e paisagens.
Ficou como o nº1 da Jeanne e eu adoro também.
Rever a Colômbia foi maravilhoso. Dos 71 países
que já visitei, continua entre os Top 5. Por fim,
a Argentina, que é lindíssima e está
aqui ao lado. Negativamente posso citar a Venezuela. Os
desmandos políticos ao longo dos anos contribuíram
para promover o incremento da pobreza e o desabastecimento
de itens como leite, açúcar, entre outros.
10) Qual foi a paisagem mais marcante e qual a mais desoladora?
(PR) – Para a Jeanne foi a Península de Yucatan.
Eu continuo tendo como máximo o sul da Patagônia.
O mais desolador foi ver o belo deserto do norte do Peru
contaminado com lixões.
11) Quais são os seus planos para a próxima
viagem de longa distância?
(PR) – Meu país favorito é a África
do Sul. Com a proximidade do mundial de 2010 acho que vou
dar um pulinho lá pra conferir ao vivo. Cruzando
uns 50 países no caminho. O carro que eu escolheria
para a empreitada? A Nova Nissan Frontier.
Em comemoração ao projeto, a Nissan lançou
o Sentra 3 Américas, uma edição especial
do carro que conta com CD Changer para seis discos Rock
ford Fostgate, amplificador e dois alto-falantes extras,
totalizando oito unidades. É considerado o melhor
equipamento de som automotivo do mundo.
O preço do Nissan Sentra 3 Américas é
R$ 69.990,00 (preço com o câmbio automático
CVT)
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Marcello Oliveira é
jornalista e escreve aqui todas as quintas. Fale com ele:
marothavio@yahoo.com.br
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