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Parte da pena do técnico do Fluminense, Renato Gaúcho (foto), foi convertida em pagamento de 50 cestas básicas.
 

11/10/07
Feitas para serem quebradas

O atacante botafoguense Dodô foi pego no exame antidoping no jogo contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro, por uso da substância proibida femproporex, utilizada em medicamentos para emagrecer. Um mês depois a pena foi revista e Dodô foi liberado a jogar.

Enquadrado no artigo 133 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), - manifestar-se de forma desrespeitosa, ou ofensiva – o técnico do Fluminense, Renato Gaúcho, foi suspenso da competição por 60 dias por dizer que seu time havia sido roubado na partida contra o Palmeiras. Tempos depois, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aceitou o pedido de redução da pena para 30 dias e o restante foi convertido em pagamento de 50 cestas básicas.

Já o treinador atleticano Emerson Leão, por conduta semelhante, – não só disse, como também fez gestos que induziam roubo da arbitragem, em jogo contra o Palmeiras também – sequer teve a oportunidade de ver sua pena reduzida: foi absolvido nos dois julgamentos.

Curiosamente, o comandante rival, Dorival Júnior, por ato ordinário entre os técnicos - invadiu o campo, no intervalo da partida contra o Botafogo - foi condenado a 120 dias de suspensão. Após cinco jogos sem comandar a equipe, Dorival também viu sua pena abrandar.

Por obstruir violentamente o ‘drible da foquinha’, do atacante Kerlon, o lateral do Atlético Coelho tomou, inicialmente, um gancho de 120 dias. Três semanas depois a pena se reverteu à exclusão de cinco jogos.

Depois deste extenso relatório de bagunças jurídico-futebolísticas do Brasileirão de 2007, e que, infelizmente, nem chega perto de representar o todo, me espanto com a absoluta falta de critério nas decisões do órgão que se propõe a discutir e definir as legalidades do esporte no país. O futebol tem 17 regras, o CBJD outras tantas, mas as decisões extra-campo transitam num terreno muito vasto, estando os réus suscetíveis, seja qual for o ato em questão, às meras suspensões automáticas de um jogo até os agora tradicionais 120 dias. E o pior: tudo isso sujeito a revogação a qualquer hora.

E todo esse imbróglio não é exclusivo do Brasileiro deste ano. Os últimos campeonatos nacionais foram marcados pelas decisões no ‘tapetão’, diretamente responsáveis, inclusive, pelo título nacional do Corinthians, em 2005.

E quem acha que isso só acontece em terras tupiniquins está enganado. Na última semana, a UEFA seguiu o exemplo brasileiro e aliviou a barra do também brasileiro Luis Felipe Scolari. Após tentar agredir o zagueiro sérvio Dragutinovic, em partida válida pela Eurocopa, o técnico da Seleção de Portugal foi condenado a quatro partidas de molho - o que, na magia e lirismo do futebol, se converte facilmente em três.

 

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Luiz Guilherme Ribeiro é jornalista, flamenguista, ateísta e mais alguns outros "istas". Escreve aqui todas as quintas. Fale com ele:luizguilhermemr@gmail.com


   
 

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