
15/09/07
Prazer número dois:
Comprar bons vinhos Italianos
em qualquer mercadinho na esquina.
Melhor ainda: pagar de 4 a
5 Euros por eles (de 12 a 15 Reais).
A mais deliciosa tradição
da Itália é fazer do vinho parte da refeição.
Refeição sem vinho para um italiano é
como refeição sem sobremesa para um espanhol:
incompleta.
Esta é uma tradição
secular, pois a antiga civilização grega já
chamava a Itália de Enotria, a terra do vinho.
Sábios gregos! A Itália
é mesmo a terra do vinho, pois além de ser
um grande produtor mundial ao lado da França, é
o pais que tem mais tipos e nomes de vinhos no planeta.
Esta diversidade acontece por
causa da onipresença da vinha: praticamente não
existe um pedaço de terra em que não se cultive
uva para se fazer vinho. Seja ele para consumo próprio
ou revenda.
O italiano presa muito pelas
variedades de uvas nativas, pois é muito apegado
à sua herança particular e tem consciência
de que esse patrimônio é um grande trunfo.
Até o mais humilde italiano é um especialista
em vinho. Conhece as variedades de vinhas, indicam combinações
e são bastante orgulhosos de sua produção.
Se você não é
um iniciado, uma boa surpresa é o vermentino produzido
na Sardenha. Os vinhos desta região conservam a tradição
mediterrânea; são doces e com alto teor alcoólico.
O sucesso dos vinhos desta ilha se deve a combinação
de três fatores: o clima perfeito para os vinhedos,
a preservação de uma boa parte de sua herança
em tipos de vinho e a presença de produtores de talento,
entre eles algumas cooperativas.
Esta é uma palavra mágica.
Cooperativa significa: preço baixo!
A estrela é o Vermentino
di Gallura; o único vinho da Sardenha com denominação
de origem controlada e qualidade garantida. Porém
não é um vinho de fácil acesso, certamente
você não o encontrará na prateleira
de um mercado de cooperativa. Já o Vermentino di
Sardegna é um bom vinho, com bom preço e está
em todos os lugares.
Como é um vinho branco
seco, macio e frutado forma um par perfeito com moluscos
crus ou cozidos, massas com frutos do mar e peixes grelhados
ou cozidos. Tudo em abundancia na Ilha!
Mas atenção!
Cuidado para não se empolgar com os baixos preços.
Vinhos abaixo de três Euros podem acabar se tornando
uma grande dor de cabeça.
Se você não está
de malas prontas para a Itália e ficou com água
na boca, a boa notícia é que algumas importadoras
brasileiras possuem o vinho em seu catálogo. O desprazer,
há sempre um nos rondando, será pagar muito
mais por uma garrafa.
01/09/07
- Pequeno Prazer número
1
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Liana Carvalho é jornalista especializada
em Telejornalismo pela
Universidadde Anhembi Morumbi de São Paulo. É
uma afixionada pela combinação de vinhos e
comidas, e se tornou Sommelier pela ABS - Associação
Brasileira de Sommeliers. Trabalhou por cinco anos no jornal
Correio Braziliense e hoje colabora com jornais e revistas
na capital
paulista. Fale com ela:
leecarvalhius@yahoo.com.br
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