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A exposição Clarice Lispector – A hora da estrela é uma homenagem à autora no trigésimo aniversário de sua morte. Esclarece alguns mistérios de Clarice, já que a explicação do enigma é a repetição do enigma e cria novos, algo bastante normal já que ela confessava ser um mistério para si mesmo.

Ilustração: Pedro Henb
Disponível em: http://pedrohenb.wordpress.com/

 

13/10/07
Prazer número 3:
“Fuçar” nas gavetas de Clarice Lispector...

Documentos, cartas, manuscritos. Lembretes para seus livros em pedaços de papeis rasgados, fotos e cartas ao presidente da república. Estas são as surpresas da exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa; A hora da Estrela, sobre a vida e obra de Clarice Lispector.

A tarefa do museu é introduzir o público no universo e na subjetividade de autores que fizeram da escrita seu mundo particular. E poucos escritores de nossa língua criaram um estilo tão pessoal quanto esta escritora ucraniana brasileiríssima, que pensava, falava, escrevia e agia em português.

O foco da exposição é a palavra da escritora. Suas frases atordoantes, sejam de seus livros ou de suas falas, estão espalhadas nas paredes e se casam com as fotografias que documentam a trajetória da escritora que nasceu em Tchetchelnik e morou em Maceió, Recife e no Rio de Janeiro.

Duas salas da exposição possuem as paredes cobertas por gavetas, do chão ao teto, como um imenso armário embutido. Quando as gavetas surpresas se abrem, o público mergulha na vida de Clarice.

Destaque para a sua correspondência. As cartas trocadas com grandes mentes da literatura brasileira nos revelam um pouco da intimidade de cada um: o gosto de Rubem Braga pelas mulheres, a insegurança de Carlos Drummond face à escrita poderosa da amiga, que sempre escrevia os livros que ele queria escrever e melhor.

O compadre Érico Veríssimo revela em uma de suas cartas que não suporta mais os mexericos desta gente pequena que frenquenta a alta sociedade brasileira.

Outro momento lúdico é a exibição das imagens da entrevista de Clarice, feita por Julio Lerner em 1977. A voz grave da escritora é pertubadora, o tom, muito confundido com sotaque, é na verdade produto de sua língua presa e o olhar é de uma leoa que encara aquele que a arrancou de seu sono.

A exposição Clarice Lispector – A hora da estrela é uma homenagem à autora no trigésimo aniversário de sua morte. Esclarece alguns mistérios de Clarice, já que a explicação do enigma é a repetição do enigma e cria novos, algo bastante normal já que ela confessava ser um mistério para si mesmo.

A repetição do enigma, para quem ainda não o viu, se encerra neste domingo, dia 14, das 8 às 18 h, na estação de metrô Luz em São Paulo.

 

Leia também:

01/10/07 - O Saldo da Bienal

15/09/07 - Prazer número dois

01/09/07 - Pequeno Prazer número 1


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Liana Carvalho é jornalista especializada em Telejornalismo pela
Universidadde Anhembi Morumbi de São Paulo. É uma afixionada pela combinação de vinhos e comidas, e se tornou Sommelier pela ABS - Associação Brasileira de Sommeliers. Trabalhou por cinco anos no jornal Correio Braziliense e hoje colabora com jornais e revistas na capital
paulista. Fale com ela: leecarvalhius@yahoo.com.br


   
 

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