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Dias passados assisti à trilogia Qatsi (Koyaanisqatsi, Powaaqatsi e Naqoyqatsi) de Godfrey Reggio. Atemorizante, considerando que as imagens datam, no máximo, de 1983 (ano de lançamento do primeiro filme), é inegável uma atualidade pretérita de um rebuliço antevisto. Nossa casa está um caos, um desbunde, abandonada, como uma mendiga andrajosa e indefesa da qual não há mais nada a se tomar. Nosso planeta passou por várias modificações que não eram percebidas na época em que estas aconteciam. Talvez pela lentidão com que aconteciam, talvez pela nossa ainda leiga racionalidade científica para interferir em seu andamento ou talvez pela ação ainda pacífica do homem. Hoje, estamos a caminho não de um novo começo, a humanidade não passa por uma regada adaptação, o que vivenciamos é uma catástrofe cotidiana. E por mais assustador que possa parecer, é consciente. Não atinamos para a eterna novidade de que estamos em processo de extinção. O ano de 2007, particularmente, começou alardeando sua presença. Não há passado ou futuro. O momento presente é certamente o de maior risco de toda nossa existência. Argumentar aqui nesta coluna tal fato pode soar piegas, por vezes tautológico. Mas como a definição de coluna jornalística é de caráter pessoal e, diante das discussões suscitadas em seminários dos quais participo, seria no mínimo omisso não engrossar aqui a verborragia de discursos sobre nosso iminente e consciente extermínio. Dessa forma, não apresento minhas idéias, convicções, pois estas, provavelmente, também soariam redundantes diante de tudo que se arenga atualmente. Não há aqui um pessimismo, alardeando as já conhecidas mazelas do nosso hodierno momento, mas se as coisas continuarem como estão, teremos que nos atar ao presente, lutar e torcer por um fim menos doloroso. Leia também: 24/03/07 |
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