
19/08/08
Devaneio
Você iria brincar de estrela,
formosa dama a acalentar devaneio,
fazendo aventura do que no principio me pareceu ousadia.
Me vestiria de branco em homenagem a este sorriso
que invade mansamente os pensamentos
que ainda ontem seguiam por ai desatinados.
Recolheria as certezas dispersas em cada encontro,
as verdades ditas escandalosamente em silêncio.
Palavras que cativam o corpo buscariam ansiosas
um caminho...
Te decifraria em versos e te seduziria ao amanhecer,
antes das dez.
Te chamaria de anjo, embora agora saiba que as mulheres
são apenas mulheres. Te daria o que está guardado
no melhor de mim.
E quem sabe ainda assim continuaria a te imaginar.
Pagu, espelhada na incógnita de cada transeunte.
Diria-te meio sem jeito que paixão é assim
mesmo, não escolhe lugar.
Vem, me invade. Fique a vontade.
Não repare a desordem do quarto,
as cenas que guardo no canto da cama,
adolescentemente.
Seja bem-vinda, diria.
E você iria sorrir desse jeito único e fascinante
E seria dia, com todas as cores.
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2007
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Hamilton Reis
edita o jornal Fato em Contagem, gosta de política,
cinema, fotografia. É formado em jornalismo pelo
Uni-BH. Fale com ele: hrjornal@uol.com
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