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Na última semana Fernando Henrique Cardoso, cacique-mor dos tucanos, disse que o símbolo de seu partido deveria abolir o bico grande e mudar para um de sabiá. “Vamos mudar o bico dele (tucano) e botar um de sabiá, porque o que nós precisamos é cantar nosso feitos”, diss
 

16/08/07
Fugindo do espelho
Dois dos mais importantes partido do país tentam modificar suas imagens construídas em longos anos na política brasileira.

De um lado a estrela vermelha da esperança, de outro uma ave de bico grande com as cores azul e amarelo. As diferenças de cada um dos símbolos de PT(Partido dos Trabalhadores) e PSDB(Partido Social Democrático Brasileiro), respectivamente, não mostram grande diferença entre os partidos, pelo menos no aspecto gráfico. Não, porque os símbolos, especialmente na política brasileira, representam pouco da identidade de um grupo de pessoas que buscam soluções ou alternativas pela via democrática e, consequentemente política.

Ao olhar para o PT dos dias atuais a imagem de partido envolvido com as causas sociais atrelado á UNE, CUT, MST entre outros tem sido colocada de lado face a uma idéia de que o partido perdeu sua essência e agora é “farinha do mesmo saco” dos governos anteriores. As recentes reações pouco polidas de Marta Suplicy com o “relaxa e goza” e Marco Aurélio Garcia com o “top,top,top”, dão sinais de que o partido que tinha preocupação de se mostrar bem para as massas já não é mais o mesmo.

Do lado do PSDB a situação é totalmente oposta. As tentativas de se aproximar dos movimentos sociais tem sido feitas “nas bases”, como costumam dizer os políticos de longa data. O exemplo mais claro dessa situação é a tentativa de dar um caráter popular ao “Movimento Cansei”, que busca reclamar junto ao governo e mobilizar a sociedade para as mazelas do Brasil. O detalhe é que o movimento é encabeçado pela OAB, Federações de Indústrias e Grupos de Mídia, pouco representativos quando se fala de povo. O partido que sempre se utilizou muito habilmente de uma imagem de boa gestão agora tenta se aproximar das massas.

Ambos os partidos procuram as características de seus oponentes para se firmarem como grande partido popular e de boa gestão com a coisa pública. Os petistas acuados por escândalos de toda sorte tentam resgatar a confiança popular em serem a via alternativa ao capitalismo frenético do PSDB.

Enquanto isso, os tucanos pensam em mostrar que o PT não tem capacidade para aplicar o tão falado “choque de gestão” e trabalham para provar que são um partido popular preocupado com os problemas sociais mais prementes como a pobreza, o desemprego e a educação.

Na última semana Fernando Henrique Cardoso, cacique-mor dos tucanos, disse que o símbolo de seu partido deveria abolir o bico grande e mudar para um de sabiá. “Vamos mudar o bico dele (tucano) e botar um de sabiá, porque o que nós precisamos é cantar nosso feitos”, disse. Do lado petista, no governo, a ministra Dilma Roussef dispara sobre as agências reguladoras dizendo que “quem faz planejamento e política setorial são os ministérios”, numa clara tentativa de mostrar o poder de gestão dos quadros da União e, obviamente, do PT. Ambos parecem fugir de suas imagens no espelho da política brasileira.

Se interpretada como ambição de melhorar os pontos negativos de cada partido para fazer um melhor governo ou mesmo uma oposição mais responsável e com menos falácia, a idéia de PT e PSDB merece toda deferência. O que preocupa é o aspecto meramente eleitoral dessas atitudes. Até quando o PSDB pretende ouvir o povo e trabalhar por suas necessidades? Ao invés de lotear os cargos do governo com pessoas indicadas o PT pretende tomar a modernização da administração como pedra de toque?

Quem tem espírito de Poliana e crença na política brasileira aposte suas fichas em um ou outro partido. Nas eleições futuras o tucano e a estrela vermelha vão precisar de marqueteiros poderosos para desvincularem-se de seus atuais problemas e convencerem a população de que estão surgindo “novos políticos”.

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Guilherme Ibraim é jornalista e desde o início da carreira trabalhou nas assessorias de imprensa dos Correios e Epamig (Empresa de Pesquisa Agropécuária de Minas Gerais). Além disso participou de projetos de jornalismo público como o Jornal da Rua. Em 2006 trabalhou como produtor de jornalismo na Rádio Inconfidência e como repórter do site Futbrasil ( www.futbrasil.com). Atualmente realiza coberturas e transmissões esportivas pela Agência AMR Notícias. Fale com ele: g.ibraim@gmail.com


   
 

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