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Baby Boom
     
 
 
     

Em covas fundas, a terra abre os braços, recebe o corpo, abraça-o!

 

 



07/02/08

A morte como cliente

Ele chega cedo,

a morte já o espera.

Em covas fundas, a terra abre os braços,

recebe o corpo,

abraça-o!

Deixa a última lembrança.

O caixão fechado:

o tempo na terra se foi.

Que ironia,

ainda tão jovem!

Seus avós choram.

Seus pais choram.

O coveiro apenas observa,

parece não sentir nada,

distancia-se...

Aprendeu desde cedo a separar emoção de profissão.

Mas nem sempre consegue,

às vezes também chora,

mas tem que ser forte!

A cada pá de terra, uma gota de lágrima.

E assim sente a vida e a morte,

em choros e sorrisos.

Percebe que precisa ser forte,

precisa trabalhar,

não se pode deixar abater por coisas assim.

Imagine só...

Um coveiro chorar a morte,

“Seria uma vergonha!”

Ele pensa...

 

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2007

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Gledson José Machado é jornalista, amante da literatura, da poesia e das escritas. É assessor de comunicação da Açoforja. Escreve todas as quintas-feiras. E-mail: gledsoncd@gmail.com


   
 

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