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Além de receber entre 15 e 19 salários de R$ 12.847,00 por ano, o parlamentar (deputado ou senador) conta com mais de R$ 100 mil mensais para exercer o cargo: R$ 50,8 mil para gastos com o gabinete, R$ 3 mil de auxílio moradia (mesmo para quem possui imóvel próprio em Brasília), R$ 4.268,55 referente à despesas com telefone e correspondências, entre outros privilégios.

 



17/10/07

Regalias do meu Brasil
Deputados e senadores têm direito a verba para despesas que ultrapassam os cem mil reais; auto-fiscalizar-se é outro privilégio

De Bauru - São Paulo

Imagine o leitor dispor de verba extra-salarial para gastos com transporte, vestuário, telefonia, escritório e moradia. São regalias únicas da classe parlamentar do país.

Além de receber entre 15 e 19 salários de R$ 12.847,00 por ano, o parlamentar (deputado ou senador) conta com mais de R$ 100 mil mensais para exercer o cargo: R$ 50,8 mil para gastos com o gabinete, R$ 3 mil de auxílio moradia (mesmo para quem possui imóvel próprio em Brasília), R$ 4.268,55 referente à despesas com telefone e correspondências, entre outros privilégios.

O alto custo mensal coloca o Senado brasileiro (81 senadores) como o mais caro do planeta: são exatos R$ 33.092.200,28, por ano, segundo dados do site Transparência Brasil. Na Câmera dos deputados não é diferente. Um deputado federal, por exemplo, custa ao orçamento da União R$ 101 mil por ano, segundo o mesmo levantamento do Transparência Brasil, que comparou o Brasil com outros 11 países, entre eles México, França, Portugal e Inglaterra. Essa quantia equivale a mais que o dobro do gasto com cada integrante da Câmara dos Comuns britânica (R$ 600 mil), que é muito semelhante à nossa Câmera dos deputados, pois também inclui salário, auxílios diversos e gastos com assessores de gabinete.

A comparação permite concluir, levando-se em conta os diferentes níveis de riqueza, em termos da renda per capita e salário mínimo, quanto o Congresso do Brasil onera seus cidadãos.

Para o editor do projeto “Excelências” (programa que detalha a atuação parlamentar) do TB, Rodolfo Viana, o trabalho político requer uma estrutura de apoio financeiro que serve para melhor exercer o papel de legislador. Entretanto, esclarece que o controle da população sobre a utilização dessas verbas é fundamental. “Saber o quanto usou e para que usou é um passo importante, como também o é um maior controle sobre as justificativas de gastos para evitar desvios de dinheiro público através de notas frias ou malandragens” – afirma Viana.

O historiador Maximiliano Martin Vicenti, pesquisador da história política do Brasil, concorda que é preciso maior cobrança da sociedade e acredita que a única solução para afunilar as brechas da corrupção é o financiamento do custo parlamentar pelos partidos, ao invés do Estado – o que, para o professor, dificultaria a corrupção. “Assim, o partido paga o que ele quiser para o deputado, contas, passagens de avião, assessores etc. Aí, seria a legenda que vigiaria o político e caso esse político fosse corrupto, a imagem do partido é que seria destruída” – completa.


Outros privilégios

Além das regalias a que têm direito, os políticos possuem benefícios além do financeiro. “Um deles é poder aposentar-se, no caso dos deputados, após cumprir dois mandatos, ou seja, depois de oito anos; outro é a auto-fiscalização, pois é o poder legislativo [eles próprios] que vigia o judiciário, o executivo e o legislativo”- aponta Maximiliano.

Assim, com o privilégio de auto-vigiar-se, há a facilitação do desvio de verbas e maior possibilidade de sair impune de uma possível denúncia – outra vantagem da classe.

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Gabriel Pansardi Ruiz é jornalista ainda não graduado, reside em Bauru-SP e gosta de rock ´n roll. É editor do jornalístico cultural "Revista Ponto e Vírgula", veiculado pela web rádio Unesp Virtual, onde também produz reportagens para os programas "Raiz Social" e "Ecoando". Mais escritos no seu blog. Escreve todas as segundas. E-mail: gabrielpruiz@yahoo.com.br


   
 

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