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Baby Boom
     
 
 
     

O conceito de disco, significava muito mais do que apenas ouvir as músicas contidas ali naquelas bolachas. Era um todo. As bandas se preocupavam não com o primeiro “hit” a ser trabalhado, mas o significado do disco inteiro.

 



13/11/07

O conceito das capas hoje e ontem

Por que uma capa de disco com um bebê nadando atrás de uma nota de dólar foi a escolhida?

De Bauru - São Paulo

Volta e meia saí por aí uma lista com os cem melhores discos do século, as dez melhores músicas, os vinte cantores mais pops e por aí vai.

Nessa toada, a revista americana Gigwise elegeu recentemente as 50 melhores capas de discos de todos os tempos.

O Never Mind the Bollocks (1967) dos Sex Pistols, garfou o terceiro lugar, de acordo com os críticos da Gigwise. A inglesa Uriah Heep, com o disco Very Eavy (1970), foi o vice-líder. Já o primeiríssimo lugar ficou com talvez a banda mais famosa dos anos 90: o Nirvana. O clássico Nevermind (1991) foi o eleito.

Há não muito tempo a respeitada revista Rolling Sotne, também norte-americana, soltou uma lista parecida, mas só que com 25 capas. Segundo o periódico, as três melhores são: em primeiro e terceiro lugares estão os Beatles, com, respectivamente, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967) e Abbey Road (1969). A medalha de prata ficou com London Calling (1979), do The Clash.

Teve vez também para os brasileiros. Em 2005 a revista BIZZ selecionou as 100 melhores capas. O London Calling também aparece em segundo lugar no pódio! Na poli position figura a famosa capa do primeiro disco do Velvet Underground and Nico (homônimo de 1967), aquele da banana. E em terceiro, um brasileiro, o Cartola! Com o álbum Verde que te quero Rosa.

Obviamente pode-se discordar ou concordar plenamente, em termos, dizer que faltou esse ou aquele disco, o fator é subjetivo. O que não pode é desprezar tais escolhas, já que se trata de veículos especializados em música. Posto isso, vamos em frente.

Observa-se facilmente nas primeiras colocações das listas que grande parte dos discos “eleitos” concentra-se em produções “dazantigas”.

Isto porque o conceito de disco, (até os anos 90?) significava muito mais do que apenas ouvir as músicas contidas ali naquelas bolachas. Era um todo. As bandas se preocupavam não com o primeiro “hit” a ser trabalhado, mas o significado do disco inteiro.

A capa, nessa lógica, era o carro chefe, pois diferente dos dias atuais, vendia-se pela capa, como uma revista.

Assim, construíu-se as melhores capas do mundo naquela época (até aproximadamente o início dos anos 80), justamente por haver tamanho esforço dos artistas na produção de um álbum coeso.

Neste contexto inserem-se discos que figuram no Top 10 das três listas aqui mencionadas.

É o caso do oitavo disco dos Beatles, o Sgt. Peppers, uma colagem interessantíssima com personagens célebres da história, como Marilyn Monroe, Aldous Huxley e Karl Marx, além, claro, dos Beatles. Dá para perder bons minutos visualizando-o.

É o caso também da capa do álbum de estréia do The Velvet Underground. Simples, sucinto, enxuto e pop art. Quem nunca ouviu falar no disco da Banana?

Mas... como toda regra tem sua exceção... o Nevermind, do Nirvana carrega na capa aspectos contidos nos exemplos anteriores, mas tem seu diferencial, o “algo mais”.

Além de criativo, simples, coeso e clássico, o Nevermind faz uma grande crítica à sociedade: o apego ao dinheiro, um retrato original da sociedade contemporânea.

Você pode até escolhera a sua capa preferida, mas dificilmente ela conseguirá reunir tamanhas qualidades.


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Gabriel Pansardi Ruiz é jornalista ainda não graduado, reside em Bauru-SP e gosta de rock ´n roll. É editor do jornalístico cultural "Revista Ponto e Vírgula", veiculado pela web rádio Unesp Virtual, onde também produz reportagens para os programas "Raiz Social" e "Ecoando". Mais escritos no seu blog. Escreve todas as segundas. E-mail: gabrielpruiz@yahoo.com.br


   
 

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