
10/09/07
Anticoncepcionais: ameaça
ao futuro dos povos!
Colaboração:
Angéllica K. Kubo
Ouviram o caso de Renan na
TV mas nem deram bola, pensavam não entender nada
de política e achavam que afinal, políticos
eram todos farinha do mesmo saco. Não sabiam que
quanto mais faltas na escola, menor era o grau de importância
que as pessoas davam a assuntos de corrupção.
Resolveram ir ao cinema. A
dúvida era: qual filme? Descobriram que o único
filme com gente era o nacional, o restante,
animação como Simpsons ou Ratattoile ou então
ficção como Transformers. Mas será
que o cinema nacional havia mudado? Lera que em Rattatoile
e em Transformes o orçamento da produção
havia sido enorme, então era garantido.
Não sabiam da idéia
do cineasta Jorge Furtado (autor de Saneamento Básico)
da possibilidade de que filmes nacionais deveriam ter uma
cota de exibição nos cinemas do país,
pois concorriam com longas milionários e pelo mesmo
preço de bilheteria.
Também ficaram indiferentes
ao Plebiscito popular que, entre outros, questiona a venda
da ex-estatal brasileira, Vale
do Rio Doce, ao capital estrangeiro e a possibilidade
da retomada da companhia pela população.
Também nem desconfiavam
que poderiam ir à festas e/ou outros eventos perigosos
sozinhos, sem a companhia do outro. Preferiam ser possessivos,
preferiam não confiar. Nas festas, preferiam não
desgrudar.
Noutro dia após receber
a informação de que greves sempre causam transtornos
enormes a população, decidiram que dali por
diante, as greves seriam sempre prejuízos, sem nenhum
ganho de valor qualquer que fosse ele.
Depois de ver o telejornal
tiveram vontade de sair pra passear. Tomaram banho, fecharam
a casa que compraram com muito custo, vestiram-se como quem
vai num barzinho e deram as mãos como se um casal
eles fossem. No caminho o rádio tocava uma estação
local. Deram bitoquinha de lábios secos no sinal
fechado, enquanto aguardavam o verde.
Chegaram, acomodaram-se e pediram
uma cerveja dessas que passam no comercial.
Conversaram. Conversaram mais.
Chegaram, acomodaram-se e pediram uma cerveja dessas que
passam no comercial.
Conversaram. Conversaram mais.
Mal sabiam do clímax daquela sexta-feira noturna.
Mas ele não tardaria... toda a animosidade frente
a coisas terrestres e politicamente corretas
(e chatas), é interrompida pelo que talvez fosse
um sinal divino ecoado do potente som de um fusca verde
fosco 76, abalando a moral cristã de dois jovens
pós-modernos, como um tiro no peito...
...eis o dito sinal...
Pare de tomar a pílula
Pare de tomar a pílula
Porque ela não deixa
o nosso filho nascer!
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Gabriel
P. Ruiz é jornalista, reside em Bauru-SP,
gosta de rock ´n roll e vive usando a desculpa de
entrevistar as bandas para conhecê-las. É editor
da Revista Ponto e Vírgula da web rádio Unesp
Virtual, onde também produz o programa On the Rock!.
Mais no seu blog (wwwggabrielruiz.blogspot.com). Escreve
todos os domingos. E-mail: gabrielpruiz@yahoo.com.br
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