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O Jornalismo colaborativo, aquele em que “cada cidadão é um repórter”. Já ouviu falar? Não? Azar o seu querida, trata-se da última bolacha do pacote, você não sabe o que está perdendo.

 



05/11/07

“Transforme o seu cotidiano em notícia”

Jornalismo colaborativo, aquele em que “cada cidadão é um repórter”. Já ouviu falar? Não? Azar o seu querida, trata-se da última bolacha do pacote, você não sabe o que está perdendo.

De Bauru - São Paulo

No dia 23/10 assisti a uma palestra muito interessante. O texto foi escrito

Já na sala onde aconteceria a palestra, perto das 19:34, a jornalista Ana Maria Brambilla trajava camisete branca, calças escuras e óculos delicados. Os cabelos belos e lisos beiravam os ombros e as unhas, curtas.

Ela falou ao microfone sobre um tema que pequena fatia da platéia conhecia: jornalismo colaborativo, aquele em que “cada cidadão é um repórter”. Já ouviu falar? Não? Azar o seu querida, trata-se da última bolacha do pacote, você não sabe o que está perdendo.

Jornalismo cidadão ou colaborativo, segundo Ana, é uma espécie de jornalismo produzido em conjunto com o cidadão comum e o jornalista profissional.

Brambilla conta que a idéia inicial surgiu em uma pequena redação em Seul, capital da Coréia do Sul. O coreano teve o estalo da lâmpada ao inventar um site onde qualquer pessoa que tivesse acesso a internet poderia publicar o seu texto. Esse texto seria editado por um jornalista profissional, a fim de tornar sua leitura rápida e “destruncada”. O conteúdo seria checado (para evitar gafes) e posteriormente, publicado.

Nascia assim o maior portal colaborativo de que se tem notícia: o OhmyNews. É o que Ana chamou de “todo mundo é interagente”. Não se trata mais de um fala e o outro escuta. Agora, depois da web 2.0 – ela ressalta – tanto quem escreve quanto quem consome, estabelece relação mútua. “É a era dos wikis: você não apenas recebe determinado conteúdo como também passa a construí-lo”, completa.

E não é? Moça batuta essa Ana.

A teia global contaminada

Mas peraí, o OMN não era coreano? E quem aqui sabe ler coreano? Pois é, o projeto fez tanto sucesso que rapidamente criou-se o OMN International (leia isso com sotaque gringo para soar grandioso), escrito em inglês, justamente porque o negócio era bom mesmo. Logo em seguida vieram outras sedes, como no Japão e França.
A notícia espalhou. Na correnteza da web apareceram idéias semelhantes (ou seriam arquétipos?) pelo globo, como o Yo Periodista (espanhol), o El Morro Cotudo (chileno) e outros. Até a BBC e a CNN entraram na dança. “Na ocasião da catástrofe do Tsunami na Ásia, ambos [CNN e BBC] disponibilizaram formulários em seus sites para que as pessoas que presenciaram o tsunami relatassem o que tinham visto, como foi etc”, conta Brambila, que hoje trabalha em um projeto da Editora Abril, a “Sou mais eu”, revista feita exclusivamente com a colaboração de leitores.

O estilo tupiniquim

Os exemplos “colaborativos” brasileiros são fartos: Overmundo, Você Repórter, Brasil Wiki, Foto Repórter e por aí vai...

A grande sacada foi o poder de interação que a internet proporciona e, principalmente, o uso de equipamentos móveis. “O sujeito está na rua e tira foto de um celular, escreve contextualizando e pronto, quer mais jornalismo que isso?” – indaga Ana, com um baita sorrisão de menina.

A “coisa” anda tão bem das pernas por cá que tem até um site no melhor estilo “transforme seu cotidiano em notícia”. Lá na capital paulista um bando composto por doze motoboys, (os caras da “correria”, tá ligado?) resolveu filmar, tirar fotos e publicar em tempo real o seu cotidiano, “transformando-se em verdadeiros cronistas da sua própria realidade”, como diz o sítio dos motoqueiros. Bela idéia. E quem senão eles poderiam captar acidentes, cenas inusitadas do cotidiano de São Paulo e colaborar com o que as lentes dos jornais e TVs não vêem?

Opções não faltam. Agora, só falta você.


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Gabriel Pansardi Ruiz é jornalista ainda não graduado, reside em Bauru-SP e gosta de rock ´n roll. É editor do jornalístico cultural "Revista Ponto e Vírgula", veiculado pela web rádio Unesp Virtual, onde também produz reportagens para os programas "Raiz Social" e "Ecoando". Mais escritos no seu blog. Escreve todas as segundas. E-mail: gabrielpruiz@yahoo.com.br


   
 

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