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Todos os dias novos chips menores aparecem; montes de celulares invadem as vitrines (somente no Brasil são produzidas, por ano, 3 mil toneladas de celulares); computadores tornam-se obsoletos em períodos extremamente curtos. DVDs entraram no lugar dos vídeo-cassetes; TVs de plasma ocuparam o lugar das TVs convencionais e monitores LCD são agora a grande novidade...

 




05/03/08

E-lixo parte 2: Sucata digital saindo pelas janelas.

E não vai demorar muito. Todos os dias novos chips menores aparecem; montes de celulares invadem as vitrines (somente no Brasil são produzidas, por ano, 3 mil toneladas de celulares); computadores tornam-se obsoletos em períodos extremamente curtos. DVDs entraram no lugar dos vídeo-cassetes; TVs de plasma ocuparam o lugar das TVs convencionais e monitores LCD são agora a grande novidade... É a revolução digital que chegou-nos há praticamente duas décadas. O que alguém vai fazer hoje com uma agenda eletrônica ou um pager - produtos extremamente populares da década anterior, que hoje têm suas funções acumuladas em simples celulares?

O agravante é a longevidade deles ser diminuta. Os eletrônicos de consumo possuem a característica de “nascerem para durar pouco”, são projetados para serem substituídos quando quebrados - e então jogados fora.

E não é de hoje. Por causa da crise de 1929, houve uma reestruturação na lógica da produção. Os apetrechos tecnológicos industrializados praticamente não estragavam e os depósitos ficavam lotados, pois não se conseguia vender, justamente porque eles não estragavam. É o que se chamou de obsolescência programada - um processo importado dos americanos. Foi desenvolvido nos Estados Unidos, antes da guerra, em razão da crise econômica. Teve-se que conceber produtos e equipamentos de curta duração, com constante reposição de peças etc, devido aos altos índices de desemprego. De forma que uma geladeira caía aos pedaços em 6 meses e era preciso comprar uma nova. Qualquer semelhança com os dias atuais é mera coincidência.

Vamos analisar rapidamente o caso desta ferramenta que nos possibilita estarmos aqui neste instante. Imagine as centenas de placas de memória ou HDs que existem pelo mundo, além das peças fundamentais como mouses, teclados, placa de vídeo, caixa de som (o tempo médio de vida útil de um computador nas nações desenvolvidas caiu de seis para apenas dois anos entre 1997 e 2005). O agravante é o mesmo: a durabilidade. Quantas vezes já ouvimos que é mais vantajoso comprar uma peça nova a mandá-la para o conserto. Você não vai, por exemplo, consertar um mouse ou um teclado; irá direto atrás de um equipamento novo.

A Microsoft, por exemplo, (que emprega 50 mil funcionários em todo o mundo), troca 100 % de seus computadores a cada três anos. E para se fabricar um único computador estima-se que são gastos 1,8 tonelada de materiais dos mais diversos tipos, segundo dados da Universidade das Nações Unidas. São 240 quilos de combustíveis fósseis, 22 quilos de produtos químicos e - talvez o dado mais impressionante - 1.500 quilos de água. Cada etapa da produção, da pastilha de silício até o microprocessador propriamente dito, exige lavagens seguidas em água extremamente pura. Essas informações, porém, a maioria das empresas fabricantes não divulga e grande parte delas não desenvolve políticas de redução de danos ao Ambiente, e tampouco preocupa-se com o destino dos aparelhos velhos, desgastados, inutilizados.

E para onde vão todos esses aparelhos de TV, de som, monitores, celulares, baterias e, sobretudo, peças de computador que se tornam ultrapassadas anualmente, ou seja, qual o destino desta sucata digital?

Na semana que vem, nesse mesmo bat-canal.

 

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2007

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Gabriel Pansardi Ruiz é jornalista ainda não graduado, reside em Bauru-SP e gosta de rock ´n roll. É editor do jornalístico cultural "Revista Ponto e Vírgula", veiculado pela web rádio Unesp Virtual, onde também produz reportagens para os programas "Raiz Social" e "Ecoando". Mais escritos no seu blog. Escreve todas as segundas. E-mail: gabrielpruiz@yahoo.com.br


   
 

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