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31/03/07 - Sábado MORTE NOS QUADRINHOS
Não é de hoje que acompanhamos personagens famosos dos quadrinhos sendo mortos
por seus próprios autores nas páginas dos gibis, prática que se torna cada vez
mais comum. A necessidade de chacoalhar o mercado leva as editora a pedirem aos
seus roteiristas que envolvam os protagonistas em situações dramáticas, que
muitas vezes deixam os fãs com lágrimas nos olhos, foi o caso da DC Comics, que
em janeiro de 1993 matou um dos maiores ícones pop de nossa era, lembro-me que
a notícia corria os veículos de comunicação como se realmente um ídolo de carne
e osso tivesse morrido, virando até tema de redação de vestibular em uma
faculdade do Rio de Janeiro.
A imagem da capa vermelha do filho de kripton, rasgada e tremulando ao vento
como uma velha bandeira americana, se tornou uma das mais comentadas no mundo
quadrinístico, a repercussão na época foi incrível, e a notícia correu o mundo
real.
Os fãs já tem a consciência que tais atitudes não passam de articulações para
aumentar as vendas e colocar o devido personagem em evidência, este tipo de
recurso é comummente usado para arrancar super-heróis do esquecimento popular,
personagens como Robin, Jean Grey, Lanterna Verde, Capitão Marvel entre outros
já estiveram no “mundo do além” para cumprirem suas missões de impulsionar as
vendas de quadrinhos e produtos que compartilham a imagem dos personagens.
Este ano, foi a vez da Marvel Comics, novamente a necessidade bateu à sua
porta, e a editora de Capitão América, transformou o herói símbolo do
patriotismo americano em um mártir dos quadrinhos atuais.
O herói criado por Joe Simon e Jack Kirby em 1941, foi um dos muitos que surgiu
em meio à onda de patriotismo americano devido a Segunda Guerra Mundial.
A editora estadunidense fez um trabalho de marketing bem elaborado,
movimentando a mídia mundial, e anunciou o fim da série “Civil War” com a morte
do Capitão sendo alvejado na escadaria do Tribunal de Nova York que é então
publicamente declarado morto com três tiros no abdômen.
A Marvel não iria matar um de seus personagens mais famosos se não tivesse
planos de ressuscita-lo em grande estilo, aliás, isso é o que sempre termina
acontecendo. Não podemos esquecer também que a editora planeja a produção do
longa do herói para 2009, essa polvorosa em torno do ícone dos comics, vai
lentamente conquistando mais fãs ao redor do planeta, e solidificando o mercado
de consumidores para quando juntamente com a estréia do blockbuster nas
telonas, desaguar nas prateleiras do varejo, uma série de produtos exibindo a
imagem do Capitão.
Para aumentar as especulações, a diretoria da Marvel, afirma que Steve Rogers,
o primeiro capitão, não será ressuscitado, e algum herói vai substituí-lo e
assumir o manto do Capitão América.
Os que acompanham o mundo dos quadrinhos, já puderam ver várias insinuações de
possíveis substitutos, a exemplo do personagem Homem de Ferro que apareceu de
armadura nova empunhando o escudo do Capitão há pouco tempo, outro a ter sua
imagem divulgada na Web em meados de março, foi o Justiceiro, com uniforme que
trazia detalhes da vestimenta do herói assassinado, e desta vez com uma arma de
fogo no lugar do clássico escudo, para ajudar a aumentar ainda mais polêmica,
pois o Justiceiro é exatamente o oposto do cidadão correto e concordante das
leis impostas pelo estado americano, para ser mais enfático, um verdadeiro
símbolo da revolta e da inadequação as regras.
Mas enquanto os fãs ficam se perguntando se Steve Rogers será ressuscitado por
algum roteirista, ou se eles preferirão passar o manto do Capitão adiante, a
Marvel detentora dos direitos do personagem, aproveita o grande retorno da
mídia espontânea para colocar cada vez mais produtos no mercado exibindo a
imagem do velho Capitão América.
Fica então a pergunta, será que o símbolo do americano patriota e cumpridor dos
deveres, realmente morreu vítima da violência brutal que assola os Estados
Unidos atualmente, ou em breve teremos a notícia que Jeph Loeb, autor da mini-
série sobre o luto dos heróis do universo Marvel que chegará em breve às bancas
dos EUA, revelará que tudo não passou de um susto, e o efeito regenerador do
soro do super-soldado salvou nosso herói da morte iminente pelas mãos de um
franco-atirador?
O mínimo que tudo isso pode fazer, é reviver na mente dos fãs espalhados pelo
mundo a imagem de um dos símbolos mais fortes da cultura pop da “terra da
liberdade”. O Capitão América.
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Fábio Azevedo é carioca, 34 anos, casado , consultor dos setores de Shopping Centers e franquias, empresário, escritor, roteirista, Diretor da ND Comics que publica a revista em quadrinhos Guerreiros da Tempestade. Atualmente com o longa-metragem animado Guerreiros da Tempestade em produção pela Diler & Associados, com estréia prevista para 2008.
E-mail : azzevedo@hotmail.com
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