
20/10/08
PSICOLOGIA E O TRÂNSITO:
breve comentário
Muito se fala
do trânsito e suas conseqüências no mundo
atual. O comércio automobilístico é
o mercado que mais cresce atualmente, trazendo consigo um
impacto na vida das pessoas como um todo. A inconseqüência
humana mediante ao uso desse objeto de consumo anda deixando
seqüelas e mortes em todo o território onde
pedestres e veículos se atrelam. Rozestraten (1988)
comenta que as vias no qual se desenrola o drama do trânsito,
a cada ano, custa mais vidas que a guerra do Vietnã.
A Psicologia do Trânsito, no entanto, é uma
das alternativas que vem se destacando no decorrer dos anos
para tentar resolver o sintoma social que o trânsito
acabou sucumbindo. Nessa esfera onde homens, vias e veículos
se interconectam, a Psicologia do Trânsito pode ser
definida como uma área que estuda, através
de métodos científicos validados, os comportamentos
humanos nesse meio e os fatores e processos externos e internos,
conscientes e inconscientes que os provocam ou os alteram.
Em síntese: é o estudo dos comportamentos-deslocamentos
no trânsito e de suas causas.
O trânsito por sua vez é um sistema que funciona
através de uma série bastante extensa de normas
e construções e é constituído
de vários subsistemas, dentre os quais os três
principais são: o homem, a via e o veículo.
O homem aqui é o subsistema mais imensurável
e, portanto, tem maior probabilidade de desorganizar o sistema
como um todo.
O trânsito na atualidade é capaz de deixar
os homens estressados, com a pressão nas alturas,
angustiados e com o grau de agressividade bastante alterado
quando não encontram saídas nas vias da cidade
que os levem para o destino que os reservam. As vias encontram-se
caóticas, com falta de sinalização,
mal conservadas e ultrapassadas por não atenderem
a demanda do tráfego atual. Os veículos estão
aí, sendo vendidos e utilizados em um âmbito
que não está preparado para suportá-los
em demasia. Enfim, não tendo vias adequadas e um
excesso de carros nas ruas gera-se o famoso congestionamento,
ou engarrafamento, onde quem acaba sofrendo as conseqüências
disso é o próprio homem, o condutor dessa
máquina. Rozestraten (1988) alega que a peça
de maior importância no sistema de trânsito
é o homem por consistir em um ser complexo. Por isso
é a maior fonte capaz de provocar acidentes.
Contudo, para se ter um trânsito seguro e organizado
é necessário: engenharia, educação
e policiamento. Educação para o trânsito
no lar e na escola, e mais especificamente para os condutores
de veículos. É aqui que a psicologia tem o
seu lugar. Engenharia para melhorar cada vez mais a estrada
e o veículo, tornando-os sempre mais seguros. Por
fim, Policiamento, legislação, para executar
fiscalizações e impor multas. O que se percebe
é que apenas com uma implicação mais
assídua desses três setores a serviço
do trânsito é que poderá propiciar o
deslocamento de pessoas e veículos nas vias públicas
de forma realmente segura e eficiente, dentro de um sistema
convencional onde as normas devem ser claras e pertinentes,
que tem por fim assegurar a integridade física e
psíquica dos seus participantes.
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Eduardo
Lacerda Costa Moreira é psicólogo
clínico, pós-graduado em Clínica Psicanalítica
na Atualidade pela PUC Minas, interessado no estudo dos
sintomas contemporâneos, um curioso que busca entender
as implicações do inconsciente na vida singular
dos indivíduos pós-modernos. Possui experiência
prática em áreas, como: hospitais psiquiátricos,
instituições escolares e atendimentos clínicos
particulares. Uma das suas experiências práticas
mais significativas foram os atendimentos comunitários
à sociedade onde a teoria pôde de fato ser
observada na sua complexidade.
Fale com ele:
lacerda_eduardo@yahoo.com.br
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