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Belo Horizonte foi concebida a partir de um planejamento rigoroso, nos moldes dos principais centros urbanos do ocidente. Não é difícil de notar que os reflexos do espírito de “ordem e progresso” idealizado na República prevalece desde a construção da cidade até os dias de hoje.

 

29/11/07
A revitalização da ordem e do progresso

Construída no período de 1894 a 1897 para ser a nova sede da capital do Estado, substituindo Ouro Preto, Belo Horizonte foi concebida a partir de um planejamento rigoroso nos moldes dos principais centros urbanos do ocidente. Uma cidade moderna, essa era sua pretensão. Ousada em seu traçado urbano, a cidade buscou propor um novo modo de vida sem transgredir a ordem e estranhamente, sem romper com a tradição.

O efêmero guiou o sentimento das pessoas da época. Porém, também foi expresso a ordenação da cidade para colocar todos os indivíduos em seus devidos lugares. Seja as áreas residenciais, comerciais ou industriais não se constituíram até 1920 por sí só, mas por direção de seus planejadores.

Não é difícil de notar que os reflexos do espírito de “ordem e progresso” idealizado na República prevalece desde a construção da cidade até os dias de hoje. Analisando os projetos de 'revitalização' de pontos 'estratégicos' da cidade, percebemos uma pretensão de reorganizar sistematicamente a cidade, excluindo os que se encontram a margem da sociedade e dos bons costumes.

Um exemplo são os projetos de revitalização da Praça Sete, que tentaram reorganizar o espaço delimitando os lugares de passagem, de permanência e eliminando os espaços ocupados pelos jogadores de dama (que foram os primeiros a reclamarem do ultimo projeto de revitalização da praça) ou dos pedintes que já eram quase moradores da praça.

O espírito de busca pelo progresso se tornou um estigma para a cidade centenária. Cem anos depois, a revitalização que não transgride o conservadorismo, e mantém cada classe em seu devido lugar se mostra presente no projeto de revitalização da cidade. A Praça Sete é o exemplo do poder da elite sobre a cidade na tentativa de implantar a sua própria ordem e seu próprio progresso. Ponto comum para o povo e suas diferentes manifestações, o poder político também interfere nos aspectos urbanísticos para jogar a sujeira para debaixo do tapete, acabando com as manifestações, com os pregadores fanáticos, com os jogadores de xadrez, desempregados e com os moradores de rua e pedintes que ali encontravam também moradia e dinheiro fácil.


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Carlos Alberto está se graduando em História, é chefe de cozinha e músico de araque. Especialista em filosofia de buteco, estratégias sustentáveis de sobrevivência na cozinha e soluções subversivas para superar rotinas exaustivas de trabalho. Fale com ele: veganito126@gmail.com



   
 

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