
27/11/07
O tuntz-tuntz e as novas possibilidades
Dizem que mineiro é
muito tradicional. Conservador. Pode ser isso. Pode ser
por isso que você sempre teve esse medo do novo. De
experimentar. De se abrir a novas possibilidades. Novas
pessoas. Novos lugares. Novas experiências. Você
sempre foi daquele tipo que prefere voltar a um lugar que
já conhece do que conhecer um lugar novo e correr
o risco de não gostar. Você tem medo de arriscar.
De trocar aquilo que já conhece pelo que você
ainda pode conhecer. Pois bem. A boa notícia é
que isso mudou.
Em outros tempos, você
jamais iria a uma Rave. Não, obrigada. Você
não iria nem por todo dinheiro do mundo. Nem com
todos seus amigos te chamando. Não adianta insistir.
Você acha o lugar muito longe. A música muito
tuntz. O povo muito louco. O horário muito alternativo.
Sim, você acha tudo isso sem nunca ter ido. Até
que, um belo dia (nem tão belo assim, estava chovendo
sem parar e fazendo aquele friozinho chato), você
pronuncia a jamais esperada frase então vamos!.
Sim, aquela era você quebrando seu conceito eu
odeio rave. Aquela era você pulando igual louca
no meio da multidão. Aquela era você tomando
vodca com energético. Aquela era você dançando
em cima da caixa de som. Aquela era você se acabando
e se divertindo horrores. Aquela era você que não
queria ir embora nunca mais.
E essa é você
agora. Sem medo de trocar o certo pelo duvidoso. Sem medo
de conhecer coisas novas. Lugares novos. Pessoas novas.
Aberta a novas possibilidades. A viver novas aventuras.
Arriscando ser clichê (novas aventuras
é muito clichê!). Arriscando mesmo que você
erre e dê tudo errado. Jogando tudo pro alto. Ligando
o foda-se no talo. Cortando vínculos
antigos e estabelecendo outros novos. Apostando mais na
novidade. Porque, de agora em diante, essa é você.
E daí se ele não
for tão sarado quanto você gostaria que ele
fosse? E daí se ele morar em outra cidade? E daí
se ele for médico e trabalhar 24 horas por dia? E
daí se ele for músico e tiver uma penca de
mulheres enlouquecidas atrás dele? E daí se
ele tiver o mesmo nome do seu ex-namorado? E daí
se ele for amigo do seu irmão? E daí se ele
não for tão descolado quanto você? E
daí se ele viajar por mais tempo do que você
agüentaria? E daí se ele tiver mais tatuagens
do que você gostaria? E daí que você
vai pagar o preço. Vai pagar pra ver. Chega de coisas
previsíveis. Chega de ser tão tradicional.
De querer tudo pronto, enlatado e com rótulo. Você
vai viver a diferença. Ir a lugares que você
não iria. Beber bebidas que você não
beberia. Experimentar. Essa é a palavra de ordem.
Trocar. Trocar tudo que já está morno na sua
vida. Trocar pela possibilidade de gostar de outras coisas.
Quem disse que não vai dar certo? Quem disse que
você não vai gostar? Então, você
vai lá. Meter a cara. Se jogar. Jogar desse jogo
que você nunca jogou. E arriscar. Apostar suas fichas
sem saber se vai ganhar ou perder. Porque só tem
como você saber se vai dar certo - ou não -
se você tentar. Porque você só começa
a gostar de um lugar depois de conhecê-lo de perto.
Porque você só pode gostar de alguém
depois de conhecê-lo melhor.
E, agora, você não
é mais mineira. Você é cidadã
do mundo. Da rave, do sertanejo ou do funk. De BH, do Rio
ou de São Paulo. Da zona norte ou da zona sul. Do
loiro ou do moreno. Você parou de se definir pra não
correr o risco de se limitar. Você é uma página
em branco. Um novo começo a cada dia. Uma nova história
que você ainda não escreveu. Um novo affair.
Uma cama nova ou uma nova cidade (e por que não???).
Você é isso. Novas possibilidades.
Leia
também
20/11/07
- Não perca seu tempo comigo
13/11/07
- A vizinha gostosa do prédio
da frente
06/11/07
- Cama nova, lençóis brancos
e a velha companhia
30/10/07
- O dia em que acordei velha e chata
23/10/07
- Fora de moda
16/10/07
- E quem paga minhas contas?
_____________________________________________________
Brena Braz. Publicitária. Apaixonada pelos
animais. Admiradora dos corpos perfeitos, das mentes brilhantes
e dos sorrisos sinceros. Contato: brenabraz@gmail.com
|