
12/02/08
Fiscal do tempo
Por que três em cada
quatro casamentos vão pro saco? Simplesmente acabam?
O que acontece? Acaba o amor? Onde está aquele casal
que fez juras de amor eterno na segunda semana de namoro?
Por que tanta gente se separa? Talvez, por uma razão
muito simples: nunca deveriam ter se casado.
Alguém me explica porque
uma pessoa de 35 anos decide se casar com outra que conheceu
há quatro meses? Quem está cronometrando o
tempo? Fazendo contagem regressiva e dizendo pra ele: Case-se
logo. Você já está velho demais pra
ficar solteiro.? E por que ele não se casou
com o amor da sua vida aos 18 anos? Quem disse pra ele que
era cedo demais???
É essa mania que a gente
tem de querer dar palpite no tempo. Como se o amor tivesse
hora marcada pra acontecer. Alguém inventou que,
aos 20 anos, você é muito nova para casar.
E que, aos 30, já está passando da hora. Provavelmente
esse alguém nunca amou de verdade. Me perdoem, mas
o morno nunca me atraiu. Amor, pra mim, é quente.
Vermelho. Brasa. Pegando fogo. É querer estar com
alguém a qualquer hora do dia. Da noite. É
fugir do trabalho no meio da tarde só pra falar oi.
É não estar junto, mas sentir o calor do outro.
É poder estar a quilômetros de distância,
mas sentir a pessoa do seu lado. É sentir que o programa
mais chato do mundo se torna o melhor, única e exclusivamente
porque vocês estão juntos. Ali. É olhar
nos olhos da outra pessoa e ver que ela está feliz.
É estar feliz até nos momentos tristes. É
contar com aquele colo que já tem a sua marca nele.
Não me venha com essa
história de crise dos 30 anos. Pro inferno
com essa mentalidade ultrapassada. Case-se, então,
com o infeliz que você conheceu há cinco meses
e está junto dele apenas porque ele também
acha que já passou da hora de casar.
Case-se com ele e continue com esse sorriso amarelo, essa
cara morna de tanto-faz e esses olhos que brilham quando
vêem seu ex-namorado, mas sequer demonstram alegria
do lado da pessoa com quem você, agora, faz planos
para o futuro. Case-se com ele, mesmo sabendo que a paixão
da vida dele não é - nem nunca - será
você. E que ele só não se casou com
ela porque se achava novo demais na época.
Já amei demais. Já
sofri demais. Já chorei demais. Já ri demais.
Já me apaixonei demais. Mas, principalmente, já
vivi demais. Intensamente. E ainda tenho muito pra viver.
Muito. Quente ou frio. Morno jamais. E, hoje, sei que vivi
tudo da melhor forma. Não deixei nada pra trás.
Nenhum caso de amor mal resolvido. Nenhuma paixão
antiga. Fui até a última gota. Até
saber que vivi tudo que tinha pra viver. E vou viver ainda
cada instante se valer a pena. Se der emoção.
Se acelerar o coração.
Mas, por favor, parem com essa
história de eu tenho que achar a pessoa certa
em cinco meses, dois dias e 13 horas ou vou sugerir
aos donos das grandes redes de departamentos que vendam
amores enlatados. Leve este, senhora... 32 anos, bonito,
empresário, pouco rodado... Esta aqui,
senhor: 26 anos, morena, ancas largas, boa parideira, tetas
grandes. Vai ser uma boa mãe e futura rainha do lar
Me poupem.
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Brena Braz. Publicitária. Apaixonada pelos
animais. Admiradora dos corpos perfeitos, das mentes brilhantes
e dos sorrisos sinceros. Contato: brenabraz@gmail.com
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