
15/11/07
Pirataria sem fronteiras
De
Baku - Azerbaijão
O frio chegou para valer aqui
no Azerbaijão. Despreparados com a nova estação,
estamos, há alguns dias, em busca de roupas que possam
nos aquecer no inverno. Espantada com a facilidade de se
encontrar produtos falsificados por aqui, resolvi escrever
sobre isso esta semana.
Não importa a loja em
que você entra. Pode ser Nike, Adidas e até
as butiques mais sofisticadas. Em todas, encontramos produtos
genuinamente piratas, o que nos faz recordar os shoppings
populares aí do Brasil. A cada dia, encontramos mais
e mais lojas especializadas em produtos falsificados,
produtos que são réplicas perfeitas de marcas
como as famosas Louis Vuitton, Dolce Gabana, Armani, Versace,
as mais buscadas pelos azeris.
Pôxa! Chegou ao cúmulo
de encontramos uma blusinha que, de um lado, tem estampa
da Dolce Gabana e, do outro, Louis Vuitton. Ninguém
merece tamanha falsificação!
Os produtos são encontrados
em diversos valores, dependendo da loja em que se entra.
Aqui, encontramos o famoso tênis Nike por um preço
irrisório, em uma famosa feira conhecida pelos azeris
e amada pelos brasileiros (hehehehe), chamada Aeroporto
Bazar. Este local é o centro da pirataria regulamentada
do Azerbaijão. Digo regulamentada porque aqui a pirataria
faz parte do mercado normal. O anormal é encontrar
o produto original. Dentro das lojas que imaginamos serem
originais, há materiais de extrema má qualidade
e com preços exorbitantes. Exemplo: fui à
Nike ver um moletom. Achamos um com o bordado torto, de
péssima qualidade, tecido inferior aos originais,
com o custo acima do normal encontrado em lojas da marca
em outros países.
A pirataria aqui é legalizada,
e acabamos nos beneficiando com isso em certo ponto, pois
os produtos originais chegam a preços absurdamente
altos. Mas o que estranho é como pode ser legal e
não haver repressão para as infinitas lojas
de cd´s, dvd´s, roupas, produtos esportivos,
sapatos entre outros, abundantes por aqui. Não conheço
muitos lugares no mundo, mas, pelo que me lembro, pirataria
no Brasil é crime. No Azerbaijão, está
dentro da lei. Não que isso seja o fim do mundo,
pois em todos os lugares existem produtos falsos. Mas, às
vezes, pergunto: será que aqui existem produtos originais?
Estou me preparando para ir
de férias à minha pátria mãe
gentil, e sabe de uma coisa, a pirataria aqui chegou a tanto
que, acreditem ou não, no Azerbaijão, já
chegou o filme Tropa de Elite. Para alegria e distração
dos brasileiros. Viva a pirataria!!!! (risos)
Leia
também
01/11/07
- Azerbaijão
diz ter frustrado ataques a embaixadas dos EUA e do Reino
Unido
18/10/07
- Vou
falar de futebol
04/10/07
- Elton
John para Ilham Aliyev
20/09/07
- Nem
só de pão vivem alguns homens
13/09/07
- A
cozinha da Aline
06/09/07
- A
moda azeri
30/08/07
- Cidade
em desconstrução
23/08/07-
Aos turistas de plantão
16/08/07
- Estou segura na Zona de Risco de Baku
09/08
- Direto do Azerbaijão. Conhece?
__________________________________________________
Aline
Orlando Ramim, é paulista, casada, brasileira,
e nao desiste disto. Sonhadora, vive atualmente em Baku,
logo ali no Azerbaijão, na região da antiga
União Soviética onde está conhecendo
e vivendo coisas que jamais imaginaria. Aline é curiosa
ao extremo, mas não é egoísta, por
isso compartilha suas curiosidades todas as quintas-feiras
aqui.
Fale com ela: alineorlando@hotmail.com
|