OPPERAA
 
Baby Boom
     
 
 
     

Através do usufruto da ironia, do sarcasmo e do humor negro, características essas incrivelmente apreciadas por este que vos escreve, Weeds trata de assuntos como o sexo, a política, drogas, relações humanas, adolescência, preconceito e religião de maneira muito engenhosa e engraçada, chocando a platéia hipócrita e pseudoconservadora e acolhendo aqueles que se sentem confortáveis ao verem o lado politicamente incorreto dos tradicionais lares americanos e o herói quebrando as regras.

 

24/01/08
Cabeça aberta

Weeds. Quando vi pela primeira vez o anúncio deste seriado na televisão, tive a sensação de se tratar de mais uma daquelas produções em série dos estúdios norte-americanos. Por conta do nome, (weed significa erva, em inglês) logo pensei que seria mais uma daquelas histórias em que um rapper americano encarna o papel de um gângster da Califórnia. De fato, o cenário é californiano – uma cidade do interior do estado – e até aprece, em certo episódio, um rapper metido a músico e gangster. Porém, Weeds é um seriado diferente.

Muitos torcem o nariz para esse tipo de produção, e com razão. Em sua maioria, essas produções nada mais são do que tramas mal elaboradas embebidas de clichês e conflitos adolescentes; espécimens da brasileira Malhação, guardadas as devidas proporções. Existem também aquelas que não apelam para a estupidez e mostram um mínimo de inteligência, enredo e interesse. Prison Break, Heroes e Lost são bons exemplos, apesar de não fugirem de certos modismos hollywoodianos que visam, de maneira inocente e pobre, a apreensão indissolúvel da atenção dos espectadores. Entretanto, torno a ressaltar: Weeds é diferente.

A série, apresentada pela rede de TV norte-americana Showtime, tem levantado discussões ao mostrar uma visão diferenciada da sociedade de classe média alta dos Estados Unidos. No Brasil, o canal GNT, da rede Globosat, é o responsável pela veiculação do seriado.

A série tragicômica, que vai entrar em sua quarta temporada, tem como protagonista a atriz Mary-Louise Parker, de Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, 1991). Em plena boa fase e forma, ela interpreta uma viúva quarentona que para garantir o sustento de seus dois filhos resolve vender maconha na pacata Agrestic, pequena cidade interiorana, na qual também residem as imposturas de uma sociedade que finge ser conservadora.

É evidente que a polêmica não está centrada apenas no comércio e no uso de uma substância ilegal, mas sim em mostrar formas distintas de se ver uma realidade e seus conflitos. Através do usufruto da ironia, do sarcasmo e do humor negro, características essas incrivelmente apreciadas por este que vos escreve, Weeds trata de assuntos como o sexo, a política, drogas, relações humanas, adolescência, preconceito e religião de maneira muito engenhosa e engraçada, chocando a platéia hipócrita e pseudoconservadora e acolhendo aqueles que se sentem confortáveis ao verem o lado politicamente incorreto dos tradicionais lares americanos e o herói quebrando as regras.

Além do mais, o seriado tem uma excelente trilha sonora. Ponto totalmente positivo! Compostas por diversos artistas e estilos musicais, as trilhas das temporadas são um perfeito pano de fundo para a série e para uma divertida viagem musical.

Atualmente, o GNT está exibindo a terceira temporada, com episódio inédito todas as segundas-feiras, às 23h30. Para os interessados em assistir a série desde o começo, todos os episódios (e as trilhas também) estão disponíveis para download na internet. Para mais informações basta acessar o portal brasileiro de Weeds ou a sua comunidade no Orkut.

Vale a lembrança de que esta coluna e este site não estimulam o uso de substâncias ilícitas e tampouco tem qualquer relação com drogas, sejam elas legais ou ilegais.

Em suma, com o perdão do duplo sentido, o “bagulho” é bom.


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Alan Terra é jornalista, acha que é escritor e se mete a enteder sobre vários outros assuntos. Escreve aqui todas as quartas.
Fale com ele: alanterradutra@gmail.com


   
 

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